No ano passado foram realizadas em média 121 cirurgias plásticas por dia em mulheres no Brasil, enquanto apenas 28 homens se renderam ao bisturi. Os dados são da pesquisa IBOPE Inteligência sobre o mercado da cirurgia plástica no Brasil para o XI Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, que aconteceu em março. Das 645.464 mil cirurgias plásticas feitas em 2009, 69% foram com objetivos estéticos. E neste cenário promissor, não é apenas o número de procedimentos que aumenta, mas a cada dia inovações tecnológicas e estudos sobre a área trazem novas técnicas para esculpir os corpos e tentar chegar à perfeição.
“O implante nos seios ainda é a campeã no ranking das cirurgias estéticas. Mas procedimentos no bumbum, nas costas e pernas estão se tornando cada vez frequentes”, afirma o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). As pernas são objetos de desejo e sem dúvida chamam a atenção masculina, principalmente no verão, quando as saias, shorts e vestidos tomam conta das ruas. “Muitas mulheres reclamam que tem a coxa fina ou um arco no meio das pernas ou até mesmo que elas ficam flácidas após emagrecimentos severos. Mas existem várias técnicas que podem resolver ou amenizar estes complexos como a prótese de silicone, a lipoenxertia ou o lifting”, explica Pacheco.
Segundo o médico, o implante de silicone é feito com um corte na dobra do bumbum e a prótese é colocada no meio do músculo. A cirurgia dura cerca de uma hora e meia e a anestesia é raquidiana ou peridural. “O músculo é o lugar que garante a melhor fixação da prótese e com o passar do tempo o organismo formará um tecido fibroso naturalmente, que manterá o implante no lugar”, esclarece. Após a cirurgia é recomendado não pegar peso e depois de 10 dias as atividades diárias podem ser retomadas. Quanto aos exercícios, eles são liberados após um mês e de forma progressiva”, ressalta.
Quem quer deixar as coxas um pouco mais grossas também pode recorrer a lipoenxertia. A técnica consiste em implantar gordura retirada de outro local nas coxas e pode-se conseguir um resultado harmonioso, acrescentando até dois centímetros na circunferência das pernas. De acordo com Pacheco após uma semana é possível voltar a andar normalmente e os exercícios podem ser feitos depois de um mês. É recomendado a utilização de bolsas frias e malha compressiva no pós-operatório.
Já para a flacidez uma boa opção é o lifting, feito a partir de um corte na virilha - em direção ao osso do quadril -, a pele é puxada e é retirado o excesso. “Este procedimento dura cerca de quatro horas e a anestesia utilizada é a raquidiana ou a peridural. Durante uma semana deve-se manter repouso e durante um mês a paciente deve usar uma malha compressora. Atividades físicas somente após dois meses”, acrescenta o cirurgião. O resultado definitivo aparece após seis meses, quando os tecidos se acomodam e a cicatriz já está amadurecida.